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09
Ago24

Os consumidores com mais conhecimentos financeiros ajustam menos os seus planos de consumo perante as expetativas de inflação

A importância da literacia financeira

João Pires autor

Nos dias de hoje, onde a incerteza económica é uma constante, a literacia financeira tem vindo a assumir um papel crucial na forma como os consumidores gerem as suas finanças. Um recente estudo publicado pela Revista de Estudos Económicos do Banco de Portugal revelou uma correlação significativa entre o conhecimento financeiro e a capacidade dos consumidores de ajustar os seus planos de consumo em resposta às expetativas de inflação.

literacia financeira

3 minutos de leitura

 

Os consumidores que possuem uma maior compreensão dos conceitos financeiros tendem a ser menos reativos quando confrontados com as oscilações das expetativas de inflação. Esta descoberta é particularmente relevante, uma vez que a inflação tem um impacto direto no poder de compra e nas decisões de consumo. Enquanto muitos consumidores podem fazer ajustes rápidos nas suas despesas face a previsões de aumento de preços, aqueles com uma sólida formação financeira são mais propensos a analisar a situação de forma mais calma e estratégica.

 

Um inquérito realizado a nível europeu revelou que os indivíduos com um conhecimento mais profundo sobre finanças pessoais estão mais bem preparados para lidar com a incerteza económica, conseguindo assim tomar decisões orientadas e fundamentadas. Esta capacidade permite-lhes evitar decisões impulsivas que podem levar a dificuldades financeiras a longo prazo, como o endividamento excessivo.

 

A literacia financeira não se limita apenas à gestão do consumo; engloba também a compreensão de produtos financeiros, poupança para o futuro, e investimentos. Aqueles que se dedicam a educar-se sobre finanças pessoais estão mais capacitados para construir um planeamento financeiro sólido, que considera não apenas a inflação, mas também outros fatores económicos e sociais.

 

Além disso, o estudo destaca a necessidade de promover a educação financeira desde tenra idade. Investir na capacidade financeira dos jovens poderá não só equipá-los com as ferramentas necessárias para uma vida financeira saudável, mas também contribuir para uma sociedade mais informada e resiliente às flutuações económicas.

 

Em conclusão, a literacia financeira emerge como um pilar fundamental para o fortalecimento da capacidade dos consumidores de enfrentar a volatilidade do mercado. Os resultados do estudo indicam que uma maior educação financeira poderá proporcionar não apenas benefícios individuais, mas também contribuições significativas para a estabilidade económica de uma sociedade. Sem dúvida, é uma chamada à ação para que se intensifiquem os esforços na formação financeira da população activa, mas também para as crianças e para os reformados e pensionistas.

 

Nesse sentido, a entidade patronal possui uma responsabilidade social fundamental na promoção da literacia financeira entre os seus trabalhadores, uma vez que este conhecimento é crucial para a gestão eficaz das finanças pessoais. Ao proporcionar formação nesta área, as empresas não só capacitam os seus colaboradores a tomarem decisões financeiras mais informadas, mas também contribuem para o bem-estar geral e a estabilidade económica da sua força de trabalho. Investir na literacia financeira é, portanto, uma estratégia vantajosa que pode resultar em maior produtividade e satisfação no trabalho, uma vez que os trabalhadores se sentirão mais seguros e preparados para enfrentar as incertezas económicas. Além disso, esta prática pode reforçar a cultura de responsabilidade e cuidado social da entidade patronal, elevando a sua reputação e atraindo talentos que valorizam um ambiente de trabalho que investe no desenvolvimento integral dos seus colaboradores.

 

João Paulo Pires

08
Ago24

DA JANELA E, Reforma Agrária (1977)

a falta da reforma agrária e a situação difícil em que vivem, com dificuldades para encontrar trabal

João Pires autor

DA JANELA E

reforma-agraria-conversa-trabalhadores-vinicultore

 

Resumo:

O texto é um relato de uma conversa entre quatro trabalhadores vinicultores, Raul, Carlos, Abílio e Zé Pedro, na região do Douro. Eles discutem sobre a falta da reforma agrária e a situação difícil em que vivem, com dificuldades para encontrar trabalho e subsistência. Eles criticam a política governamental e a falta de apoio aos pequenos lavradores e trabalhadores assalariados. Além disso, eles falam sobre as dificuldades para aceder a subsídios, assistência médica e educação na região. O texto também destaca a falta de investimentos na infraestrutura da região e a priorização das grandes empresas urbanas em detrimento das áreas rurais.

 

Texto completo:

Num determinado dia do mês de Outubro deste ano e tendo como palco a região duriense entretive-me durante alguns momentos a ouvir 4 Trabalhadores vinicultores precisamente quando estes cumpriam mais um dia de trabalho na época das vindimas.

 

Seriam 11 horas quando se concluiu a «4ª vez» e já só faltavam sete para o dia.

 

Despejado o cesto, trouxa ao ombro, carapuço pendurado o Raul de 56 anos tinha direito a uma reconfortante pausa de 5 minutos, para dosear o esforço e aguentar sem desfalecimento o resto da jorna. Todavia a sua missão era outra. Confrontado com o facto de na terra não haver suficiente mão-de-obra (já que os movimentos revolucionários das cidades não se solidarizam com os durienses) viu-se na emergência de suprir a falta de um homem; com pouca força, mas cheio de coragem e determinação. For então que, nesse lapso de tem po entre o despejar de um e a recepção de outro cesto o bom Raul, sem cultura livresca para além da Instrução primária tal como os demais começou por dizer:

 

- Mas quem se atreverá, neste país à deriva, de negar legitimidade à aspiração dos Trabalhadores desta região, quer trabalhem por sua ou por conta de outrém, de serem considerados cidadãos portugueses de parte inteira.

 

Oh, homem, nascemos na lama, e nela havemos de morrer! disse o Salvador. Ganhou fôlego o Raul para, de seguida voltar com esta:

 

- Não, meu amigo ou o abandono a que votaram os desprotegidos desta região atinge o seu limite ou o nosso suor ao longo dos 365 dias transforma-se no rejeitar firme de uma situação a que os responsáveis viram as costas.

- Se calhar você quer práqui a «Reforma Agrária»? interveio o Carlos

 

- Não troces Carlos. Nós precisávamos efectivamente de uma autêntica Reforma Agrária para esta região demarcada do Douro. Feita por indivíduos tecnicamente capazes, tendo em conta números reais e que a todos nós conviesse e convencesse Não é preciso uma Reforma Agrária apenas defendida pelos políticos, mas sim uma transformação profunda desta situação feita connosco para bem do país

Vê-se a sangria de «braços válidos» que emigrou para França, Bélgica, Luxemburgo e restantes países da Europa, que deixou apenas aqui meia dúzia de velhos e alguns rapazes que por aqui andam até qualquer dia.

 

Repara na dificuldade que os sócios da Cooperativa ainda sentem quer pelos atrasos nas liquidações das «novidades» já colhidas há 2 anos, quer em financiamentos para instalações indispensáveis, a taxas de juro favoráveis que demonstrassem o interesse dos governantes pelo sacrifício que pequenos lavradores como eu e trabalhadores assalariados como vós aqui suportamos dia-a-dia.

 

- Mas veja o Raul, que o Abílio Ranhau tem 70 anos toda a vida trabalhou na vinha para sustento dos seus 8 filhos toda a vida viveu em dificuldades e agora, porque não descontou 5 anos para a Casa do Povo não recebe um «chavo» da Previdência e mesmo sem mulher e com os filhos em Lisboa, anda aí como um farrapo cheio de reumatismo com fome que a todos nós mete dó.

 

Ora a Reforma Agrária devia ter em conta antes de tudo, estes casos. Porque o que mais interessa aos Trabalhadores não é o plano da Reforma Agrária, mas sim a prática que tivesse em conta os desfavorecidos desta zona abandonada. Não acha que devia ser assim, Raul? opinou o Zé Pedro.

 

- Ah, mas esqueceste-te de outra coisa. Então os subsídios por doença para as verdadeiras «baixas»? A assistência médica a pessoas de lugares distantes da Casa do Povo mais de 10 km? Sim que para se trabalhar com rendimentos devíamos ter a certeza de que a nossa saúde estava «okay»! Isto também era urgente não acham? Concluiu.

 

- Pois é amigos tudo isso e muito mais é que dá razão ao nosso direito de não aguentarmos o abandono actual por muito tempo. Vejam vocês que os caminhos apesar de estreitos, por sermos aldeia, são lamacentos porque as águas selvagens deterioram as paredes das vinhas e mesmo das casas de habitação. Só agora se vê possibilidade de termos algumas lâmpadas acesas durante a noite para bem comum, porque de outro modo não podíamos sair de casa durante a noite. Tem escola e com fontenário sem água, caminhos estreitos e quase intransitáveis, pagamentos atrasados nas Cooperativas e ser apenas fruto da teimosia dos lavradores a manutenção do cooperativismo não vos parece que são muitas coisas juntas de pouco custo que a nós faz muita falta? disse o Raul.

 

Entretanto novo cesto de 60 kg de uvas cai nas costas destes 4 homens que encosta acima, vão arrastando o «stock» suficiente para encher dois contentores de 6 000 kg de uvas, tal é a colheita do pequeno lavrador. Sr. Raul, da qual vai tirar o seu sustento depois das necessárias despesas para vingar a «novidade» durante todo o ano.

 

E quantas vezes o míldio, as chuvas torrenciais e os ventos roubam o pouco julgado muito bom deixando assim o lavrador sem meios para autosustentação da sua casa. Que seguro de colheitas existe? Que fomento agrário?

 

É fácil pois, concluir o panorama económico-social da região duriense.

 

Numa fase da nossa História em que as transformações económicas geram esquemas diferentes nos níveis de vida dos povos, são as regiões isoladas das grandes cidades as que mais traumatizadas se encontram 3 anos e meio depois do 25 de Abril de 74.

 

Aos órgãos municipais são dadas verbas tardiamente e a conta gotas.

 

Entretanto empresas inviáveis das cinturas industriais e ainda intervencionadas, imprensa estatizada só acessível aos grandes centros e (apenas) Cooperativas e UCPs do Alentejo consomem milhões de contos que só se conseguem com os empréstimos externos, ajudas várias e aumentos de Impostos directos e indirectos.

 

Como Trabalhador bancário tinha o dever de escrever estas linhas. De contar o que ouvi entre Trabalhadores, da minha terra, no nosso pais.

 

Num jornal de Trabalhadores é mister denunciar a realidade vivida fora do Porto, onde muitos de nós nascemos.

 

Quantas regiões terão os mesmos problemas? E quantos Trabalhadores se encontram assim desprotegidos? Será justo? Meditem os colegas.

 

Jerónimo Pereira sócio 10238

 

fonte: pág. 4, n.º 33, Nova Série OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO / 77, Boletim do Sindicato dos Bancários do Norte, A Nortada

08
Abr24

GANHAR DINHEIRO FÁCIL É DIFICIL?

Desafios e Oportunidades: Navegando no Mundo Financeiro e dos Negócios em Portugal

João Pires autor

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Resumo:
O livro «Ganhar Dinheiro é Fácil» aborda diversas oportunidades de negócio em Portugal e oferece conselhos sobre como investir lucrativamente. Embora forneça ideias úteis, é importante ter em mente que ganhar dinheiro requer esforço e dedicação, e que a promessa de facilidade pode ser enganosa. Além disso, a falta de evidências concretas de sucesso e a limitação geográfica do foco do livro podem impactar sua relevância para um público mais amplo. Em suma, é necessário abordar as informações apresentadas com cautela e considerar o trabalho árduo como parte essencial do processo de alcançar o sucesso financeiro.

 

Para muitas pessoas, a ideia de ganhar dinheiro fácil pode parecer atraente, mas é importante considerar que existem riscos e desafios associados a isso. Vamos explorar os argumentos de ambos os lados:

 

Argumentos a favor de que ganhar dinheiro fácil é impossível:

  1. Risco de fraude: Muitas vezes, as oportunidades que prometem dinheiro fácil podem ser scams ou esquemas de pirâmide, levando as pessoas a perderem dinheiro em vez de ganharem.
  2. Necessidade de trabalho duro: A maioria das fontes legítimas de rendimento requerem esforço, dedicação e tempo para se alcançar o sucesso financeiro. Não há atalhos genuínos para a riqueza.
  3. Investimentos arriscados: Algumas pessoas podem ser tentadas a fazer investimentos de alto risco na procura de retornos rápidos, mas tais práticas podem resultar em perdas significativas.

 

Argumentos a favor de que é possível ganhar dinheiro fácil:

  1. Mercado financeiro: Há pessoas que conseguem obter altos lucros na bolsa de valores, mercado de criptomoedas ou forex, mas isso geralmente requer conhecimento especializado e o lucro não é garantido.
  2. Empreendedorismo: Criar um negócio próprio pode potencialmente gerar lucros significativos, embora isso ainda exija trabalho duro e competências empreendedoras.
  3. Sorte: Em alguns casos, como ganhar na lotaria ou herdar uma grande soma de dinheiro, a sorte pode desempenhar um papel importante em ganhar dinheiro de forma fácil, embora seja uma ocorrência incomum.

 

Em conclusão, embora haja possibilidades de ganhar dinheiro de forma relativamente rápida e fácil em certas circunstâncias, é importante lembrar que tais casos são exceções e não representam a regra. A maioria das pessoas deve concentrar-se em estratégias financeiras sólidas e sustentáveis que envolvam esforço e compromisso a longo prazo para alcançar a estabilidade financeira.

 

O livro «Ganhar Dinheiro é Fácil» (https://www.kobo.com/pt/pt/ebook/ganhar-dinheiro-e-facil) é uma obra completa que aborda diversas ideias e sugestões para que o leitor possa colocar sua ideia em prática e gerar rendimento. Com mais de 30.000 palavras, o livro é dedicado às oportunidades de negócio em Portugal, sendo especialmente útil para aqueles que chegam ao país em busca de trabalho.

 

Além de oferecer sugestões para ganhar dinheiro, o livro também aborda a importância de saber investir os ganhos de forma lucrativa. O autor, que é especialista em literacia financeira, finanças pessoais e geração de rendimento passivo, partilha seu conhecimento e experiência ao longo das páginas.

 

«Ganhar Dinheiro é Fácil» destaca-se como uma fonte confiável e abrangente para aqueles que desejam aumentar o seu rendimento e alcançar o sucesso financeiro.

 

«Ganhar Dinheiro é Fácil» O livro mais completo sobre como ganhar dinheiro. Mais de 30.000 palavras com ideias e sugestões para colocar a tua ideia a funcionar e a gerar dinheiro. Livro dedicado às oportunidades de negócio a partir de Portugal e a quem chega diariamente a este país europeu para procurar trabalho. Depois de ganhares algum dinheiro, poderás aprender a investir esse dinheiro da forma mais lucrativa. O autor publica regularmente sobre literacia financeira, finanças pessoas e rendimento passivo.

 

O Livro "Ganhar Dinheiro é Fácil" presenta os Prós e Contras sobre o tema:

 

Prós:

  1. Diversidade de ideias e sugestões: O livro aborda diversas maneiras de gerar rendimento, o que pode ser útil para pessoas que estão à procura de novas oportunidades de negócio.
  2. Foco em oportunidades de negócio em Portugal: Para quem está à procura de trabalho no país, as sugestões e informações específicas podem ser muito relevantes e aplicáveis.
  3. Ênfase em investimento lucrativo: A importância de saber como investir os ganhos de forma a obter retorno é uma abordagem positiva, já que muitas pessoas acabam por perder dinheiro por falta de conhecimento nessa área.
  4. Autor especializado: O fato de o autor ser um especialista em finanças pessoais e geração de rendimento passivo, aumenta a credibilidade do conteúdo apresentado.

 

Contras:

  1. Promessa de facilidade: O título do livro pode ser considerado enganoso, pois ganhar dinheiro geralmente exige esforço, dedicação e conhecimento. A ideia de que é fácil pode criar expectativas irreais nos leitores. Trata-se de uma provocação e crítica às propostas de dinheiro fácil a circular nas redes sociais.
  2. Número de vendas não é indicativo de qualidade: A quantidade de livros vendidos não reflete necessariamente a qualidade do conteúdo. Pode haver livros com menor número de vendas que são mais eficazes e úteis.
  3. Falta de provas concretas de sucesso: Sem evidências concretas, como depoimentos de pessoas que seguiram as sugestões do livro e tiveram sucesso financeiro, torna-se difícil validar as afirmações feitas pelo autor.
  4. Falta de diversificação geográfica: Embora o livro foque em oportunidades em Portugal, a ausência de insights sobre outros mercados pode limitar o público-alvo, especialmente para leitores fora do país. Este livro é dedicado aos imigrantes que pretendem trabalhar em Portugal.

 

Conclusão:

Embora «Ganhar Dinheiro é Fácil» ofereça uma diversidade de ideias e sugestões para geração de rendimento, é importante abordar a promessa da facilidade com cautela. O livro pode ser útil para aqueles que estão especificamente interessados no mercado português, mas a falta de provas concretas de sucesso e a necessidade de considerar o esforço como parte integral do processo são aspectos a serem levados em conta ao avaliar sua utilidade e relevância.

 

https://www.kobo.com/pt/pt/ebook/ganhar-dinheiro-e-facil

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