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08
Out24

Gorjetas em Portugal

As gorjetas em Portugal cresceram 120 milhões de euros nos últimos oito anos, reflectindo mudanças n

João Pires autor

Este artigo critica a nova cultura de gratificação, questiona a valorização do trabalho nos sectores de hotelaria e restauração e destaca a necessidade de um debate sério sobre a economia informal e as condições laborais que garantam um futuro justo para os trabalhadores.

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Uma Crítica à Nova Cultura de Gratificação. Recentemente, foi revelado que as gorjetas em Portugal dobraram nos últimos oito anos, atingindo a impressionante soma de 120 milhões de euros. Este crescimento, alimentado pelo aumento do turismo e pela popularização dos pagamentos digitais, levanta questões cruciais sobre a valorização do trabalho nos sectores de hotelaria e restauração, bem como sobre as implicações sociais e económicas deste fenómeno.

 

As mudanças nas preferências dos consumidores, que estão cada vez mais inclinados a deixar gorjetas como reconhecimento pela qualidade do serviço, reflectem uma evolução significativa na cultura de gratificação. No entanto, este novo comportamento traz à tona uma série de preocupações que não devem ser ignoradas. Em vez de encarar as gorjetas como uma forma de valorização do trabalho, devemos questionar a sustentabilidade de um sistema que depende da generosidade do cliente para complementar os rendimentos dos trabalhadores.

 

Embora a Autoridade Tributária (AT) reconheça as gorjetas como rendimentos do trabalho, sujeitas a tributação, a realidade é que o montante declarado representa apenas uma fracção do que realmente é recebido. Este fenómeno expõe a fragilidade de um sistema que não garante a transparência necessária, permitindo que grande parte dos rendimentos continue a fluir na economia informal. A falta de um controlo mais rigoroso pode levar à exploração dos trabalhadores, que podem ficar reféns de um modelo de trabalho em que a sua remuneração base não corresponde ao esforço e à qualidade do serviço prestado.

 

Tanto em Lisboa como no Porto, o fato de as gorjetas estarem a ser cada vez mais incluídas nas facturas — com valores que variam entre 5% a 10% — sugere uma institucionalização deste comportamento que, até há pouco tempo, era mais uma questão de discrição e generosidade. Essa prática, por seu lado, ameaça transformar o que deveria ser um ato voluntário de reconhecimento numa obrigação velada, corroendo as bases da relação entre o cliente e o prestador de serviços.

 

A questão das gorjetas não se resume apenas a números. É urgente um debate público sério e responsável sobre a economia informal, os rendimentos e as políticas laborais aplicáveis ao setor de serviços. Precisamos de mais do que uma simples reflexão sobre o valor das gorjetas; é imperativo considerarmos a necessidade de políticas que assegurem condições de trabalho dignas para todos os profissionais, de forma que o sucesso do turismo e da hospitalidade não se construa sobre o alicerce da precariedade.

 

A evolução das tecnologias de pagamento, aliada ao crescimento do turismo, não deveria resultar apenas num aumento das gorjetas, mas sim numa reavaliação das condições de trabalho no setor. É inaceitável que os trabalhadores dependam das gorjetas para alcançar um rendimento digno. É desejável, antes de mais, que as empresas sejam incentivadas a oferecer salários adequados, eliminando a necessidade de compensação pelo cliente.

 

 

 

24
Abr24

ALERTA DE FRAUDES FISCAIS

Burlões atacam declarações do IRS

João Pires autor

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Capa do jornal do Correio da Manhã

 

A época de impostos traz consigo a época dos burlões, que utilizam técnicas cada vez mais sofisticadas para enganar os contribuintes. A história repete-se todos os anos, mas cada vez mais refinada, com novas técnicas que desafiam a perspicácia do mais arguto dos contribuintes. A Autoridade Tributária (www.portaldasfinancas.gov.pt) está a alertar para mensagens fraudulentas que alegam divergências no imposto e que pedem para clicar em links maliciosos.

Recebeu um email sobre «discrepâncias» na declaração do IRS? Atenção, pode ser um golpe.

 

O que é um URL malicioso?

Um URL malicioso é um link que leva a um site que é de alguma forma perigoso para o utilizador ou para o seu dispositivo. São frequentemente utilizados em ataques de phishing para roubar dados de pessoas ou para injetar malware nos seus dispositivos, conforme descrito num verificador de links.

Estes emails visam apenas obter acesso aos dados dos contribuintes, por isso é importante ignorá-los e apagá-los imediatamente.

 

O que é o phishing?

Phishing é o crime de ludibriar as pessoas, levando-as a partilhar informações confidenciais, como palavras-passe e números de cartões de crédito, conforme descrição aqui.

 

É fundamental confirmar junto da AT a veracidade de qualquer comunicação recebida sobre o IRS e não clicar em ligações (links) suspeitas. Com a entrega do IRS a decorrer até 30 de junho, é fundamental estar atento e proteger os seus dados pessoais, conforme descrito na Deco Proteste. É importante destacar a necessidade de proteger as suas informações pessoais e financeiras, não caindo em golpes ou fraudes fiscais.

 

Não seja vítima de burlões

 

A AT já está a avisar sobre mensagens falsas relacionadas com «discrepâncias» no IRS, durante o período de entrega até 30 de junho, após ter alertado anteriormente sobre um possível reembolso fraudulento, conforme noticiado no CM.

 

Nestas situações de phishing, os burlões conseguem ter acesso aos seus dados e muito mais a partir de um simples e inadvertido clique seu.

Já é o segundo aviso este ano para emails que pedem para clicar em «links» (ligações). Mensagens deste tipo devem ser ignoradas e apagadas pelos utilizadores.

 

Caso receba alguma mensagem com estas características, certifique-se com a Autoridade Tributária (AT) se são legítimas. Caso não seja, elimine-a sem clicar em qualquer link.

 

A AT tem vindo a alertar para a circulação de um email falso sobre «discrepâncias» na declaração do IRS, informando que tem como objetivo convencer os contribuintes a clicarem num link malicioso.

Estes emails enganosos surgem durante o período anual da entrega do IRS, levando a AT a reforçar avisos de que as mensagens são falsas e visam apenas obter dados dos contribuintes.

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